A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) traça um cenário do impacto da pandemia do Covid-19 para o agro, a partir de levantamentos periódicos de informações sobre o cenário interno e externo. No dia 11 de março a OMS decretou Pandemia do novo coronavírus. Desde estão os estados e o governo federal têm adotado medidas emergenciais para conter a disseminação da doença no País. Com o intuito de garantir o abastecimento de alimentos para a população e garantir que os produtores irão continuar produzindo, a CNA criou um grupo para monitorar a crise do Covid-19. A análise desses primeiros dias segue nesse boletim. China O escritório também apurou que comércio de grãos, óleos e alimentos registrou aumento de 9,7% entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020 – apesar da queda das vendas totais do varejo em 20,5% nos dois primeiros meses do ano. A “corrida” dos consumidores aos supermercados é a provável causa do aumento das vendas de itens básicos para a dieta chinesa. As vendas de alimentos online também cresceram 3% no mesmo período. União Europeia Exportadores brasileiros e importadores relatam atraso na liberação de cargas no porto de Gidá. Aparentemente, o controle portuário está mais rígido. |
![]() Produtos Para as principais commodities agrícolas, como soja, milho e café, houve queda nos preços internacionais. No entanto, em função da alta do dólar, os preços reais não foram impactados. Para o setor sucroenergético e o algodão, o maior problema foi a guerra do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, que derrubou os preços nestes setores. A demanda por frutas e hortaliças nos supermercados cresceu de 20% a 30% nos primeiros dias de intensificação da pandemia. A comercialização no varejo representa em torno de 53% das movimentações desses produtos. Por outro lado, a procura em redes de fast food, bares e restaurante caiu drasticamente. Com a ordem de fechamento em grandes cidades, espera-se que demanda recue a níveis nunca vivenciados pelo setor. A intensificação da crise poderá colocar em xeque o desempenho do setor. No caso das flores de vaso, comercializadas principalmente nos supermercados, houve redução de 50% na demanda. No caso das flores de corte, a redução já supera 70% devido à proibição massiva de grandes eventos, redução da circulação e mesmo pela alteração momentânea do padrão de consumo das famílias, que passam a priorizar bens básicos em momentos de crise. O mercado do boi gordo iniciou a semana com pressão dos frigoríficos, reduzindo os valores ofertados em relação à semana anterior. Mas por falta de negócios na segunda, o indicador Cepea se manteve estável. Ao longo da semana , poucas negociações ocorreram, derrubando a cotação. Com isso, a escala dos frigoríficos foi reduzida, forçando a elevação dos preços na quinta e na sexta. Os três maiores frigoríficos anunciaram férias coletivas em alguma das suas unidades, fator que deverá pressionar a cotação na semana que vem, data que as plantas efetivamente irão interromper suas atividades. Ao contrário dos frigoríficos de bovinos, as plantas de aves e suínos garantiram que não vão interromper sua produção. Mas a queda no food service preocupa. As empresas já sentiram queda de 10 a 15% nos pedidos. Por outro lado, os pedidos das redes de atacado e varejo aumentaram. Na parte da exportação, a falta de contêineres tem dificultado as vendas de proteínas animais. A queda no consumo do food service preocupa a cadeia da aquicultura. A comercialização de camarão, por exemplo, teve queda de 80%, mas aumentou 20% nas vendas no varejo.
Com informações CNA |